Dizia o escritor francês Anatole France que o seu cachorro não pensava, e isto o entristecia. Sim, porque pensar é a maior riqueza do homem. Muita gente pensa que pensa, mas não pensa.
Voltando às castanholas, todos os dias elas nos ensinam sobre a transcendência da vida. Ah, como eu gostaria de ver, em todo lugar, a escultura “O Pensador”, de Rodin. Muito mais significava do que aquele sorriso da Mona Lisa, que vai terminar numa carranca.
As folhas das castanholas, que, já velhas, são jogadas fora pelo tempo, que, como o vento, não gosta das coisas paradas.
Mas a vida não é isso, um eterno strip-tease? Assim como as bailarinas soltam suas vestes, as castanholas também procuram se desvencilhar daquilo que envelheceu. E com isso, dão uma lição de vida. Viva a didática da vida! Tudo ensina. O negócio é saber entender o que se ensina.
A pior doença de um homem é a indiferença, que é uma espécie de cegueira. Triste de quem não tem olhos de ver. Triste de quem jamais observou uma simples folha de castanhola sendo levada pelo vento, numa calçada. O vento é como o tempo. É invisível. E nessa invisibilidade é que está o perigo. Daí a necessidade de estarmos atentos à passagem do tempo, que o relógio e o galo, com seu canto, estão sempre nos lembrando.
Nem sempre é bom estarmos olhando para cima para ver as estrelas, as nuvens ou se vai chover. É aconselhável olhar também para baixo, para trás, e, sobretudo, para o lado, onde está muito de nós: O próximo, que temos de amá-lo como a nós mesmos.