Antes de fazer a costumeira visita aos livros, o rapaz da livraria começou a puxar conversa comigo. Foi um papo gostoso, pois ele, além de inteligente e perspicaz, era muito viajado. Conhecia várias capitais do país, inclusive Belo Horizonte, Curitiba e Florianópolis, justamente as que eu não conhecia, conquanto já estivesse ligeiramente em Belo Horizonte e Ouro Preto, há muito tempo.
O jovem sabendo que eu já visitara várias capitais estrangeiras, disse sorrindo: “Não deixe de visitar Curitiba, a cidade das palmeiras”.
Depois ele começou a elogiar o chão da simpática metrópole. Nenhum buraco, tudo liso e limpo. Aí eu indaguei: você é curitibano? E ele: não, sou apenas seu namorado. E referiu-se à educação do povo. Educação no trânsito, em tudo, sem esquecer o respeito ao silêncio. Nada de barulho, tudo funciona numa harmonia que encanta. Os carros deslizam pelo asfalto que é uma beleza. Avançar o sinal, jamais. Muito respeito ao pedestre. Os carros parece que nem têm buzina, e a gente mal ouve o ruído dos pneus no asfalto. Eu já estava pensando em arrumar a mala para uma visita a Curitiba, quando ele revelou uma coisa que não quis acreditar: que nos ônibus por sinal moderníssimos, ouve-se musica clássica.
E ainda repetiu: “o senhor vai adorar Curitiba”. Não digo adorar, pois adoro minha João Pessoa, de quem hoje sou cidadão, graças à Câmara Municipal, através de um projeto do meu amigo vereador Fernando Milanez.
E continuando a conversa com o rapaz da livraria, ele me lembrou ainda a bela arborização da cidade. Toda vestida de verde, a árvore, ali, não é apenas respeitada, mas reverenciada. Derrubar uma árvore é como matar uma pessoa.
Mas, aqui para nós, minha cidade só precisa de maior atenção das autoridades, mas duvido que seja menos bela do que Curitiba Nossa cidade tem o mar. O mar de Cabo Branco, que, infelizmente, ao que denunciou o meu arquiteto Germano, outro dia, em artigo aqui no Correio, está com a água contaminada...
Mas o que eu não quis acreditar foi ele dizer que nos ônibus de sua cidade ouve-se música clássica. Já não vamos exigir tanto da nossa capital, que é bela por Natureza, como diz aquela modinha “Sublime Torrão”, do nosso grande compositor popular Genival Macedo.