Não, eu não venho escrever sobre “Os Caminhos do Frio”, este roteiro turístico que vem sendo divulgado, há alguns anos, seguido de espetáculos de arte, e que abrangeu as cidades do nosso Brejo, lideradas pela "Atenas Paraibana", que não é outra, senão Areia, que deu berço ao genial pintor Pedro Américo.
Acontece que este cronista corre do frio como o diabo da cruz, apesar da preferência de sua Alaurinda e dos seus filhos pelo frio. Mas, ele é homem do calor, da brasa, ao invés do gelo. Dizem que contra o frio a solução é o cobertor ou a cachaça. E não foi outra a razão de terem erigido este slogan para publicidade da referida promoção cultural: “Galinha e Cachaça”, pois, como se sabe, é naquelas cidades geladas que estão os alambiques produtores da aguardente, que é tão “gostosa” que o seu bebedor faz uma bela de uma careta e ainda estala os dedos.
Mas deixemos a galinha, deixemos a cachaça, e louvemos os promotores dos “Caminhos do Frio”, caminhos que se constituíram numa verdadeira atração turística. E, desde já, confesso que foi em Areia que exerci, por algum tempo, o cargo de Promotor Público, ora, vejam só... E quem assinou o ato me nomeando para aquela missão foi o grande José Américo de Almeida. Mas, valeu a experiência.
Voltando aos “Caminhos do Frio”, fiquei matutando, e me veio a ideia: que tal promovermos, agora, Os “Caminhos do Calor”, ou “Caminhos do Sol”? E a culta e civilizada Cajazeiras seria líder dessa promoção. Outras grandes cidades sertanejas integrariam o movimento, a exemplo de Patos, Souza, Itaporanga, e outras.
Qual seria o slogan apropriado aos Caminhos do Calor? Ao invés da cachaça, o leite de cabra, pois foi esse leite que alimentou Gandhi por muitos anos. Lembrar também o queijo de leite de cabra, que não falta na minha mesa, já que sou meio macrobiótico. E é a ele que devo, em grande parte, a minha saúde, juntamente com o arroz integral. Lembrar que o grande maestro Eleazar de Carvalho, que honrou a paraíba quando esteve como regente de nossa Orquestra Sinfônica, tinha uma saúde invejável. E quando lhe perguntaram a razão de tanto vigor, ele não titubeou: “devo ao queijo e leite de cabra”.
Assim, o slogan dos “Caminhos do Calor” seria: ao invés de “Galinha e Cachaça”, ”Leite e Queijo”!
Que venham, pois, os Caminhos do Calor, com o seu rico folclore, seu baião, seu chapéu de couro, seu céu estrelado, o luar do sertão, seus belos crepúsculos, e o seu gostoso calor.
Sim, calor, que seria da vida sem ele? Dizem as más línguas que em Patos, ao meio-dia, você pode frigir um ovo na calçada quente, meio dia em ponto, só com o calor do Sol...
Caminhos do frio, caminhos do calor, caminhos da arte, caminhos do turismo, e viva o nosso lindo Nordeste!