Olho para o relógio, em que os ponteiros parecem parados. Dir-se-ia que o tempo anda a passos de cágado. E talvez assim seja, ou que assim pensemos. Dessa maneira a gente não se inquieta tanto com o passar do tempo.
Mas, a verdade é que, teoricamente, a trindade “futuro, presente e passado” vai marcando nossa marcha no tempo. Afinal, qual desses momentos devem ser levados a sério? Que indagação tola, cronista. Está na cara que o que importa, o que vale, é o presente, que é este tempo que já está virando passado. Dir-se-ia que o passado é o cadáver do tempo. Mas aí é que está o engano. Este cadáver está cada vez mais vivo, na nossa memória. É nele que estão os nossos erros, as nossas frustrações, nosso aprendizado. É recomendável, vez por outra, estar consultando-o. É bom viver o presente com as advertências do passado, esse cemitério de experiências. Queiram ou não, somos, em muitas coisas, o nosso próprio passado. Que seria dos museus se não fosse o passado? O presente está nele gritando advertências.
Mas falemos também do futuro, que nada mais é do que uma hipótese, um vir-a-ser. Como diz o ditado , o futuro a Deus pertence. A verdade é que toda a nossa vida se encaminha para ele. O futuro, portanto, se caracteriza pela incerteza. Nesta vida a gente não sabe o que ocorrerá no minuto seguinte...
Futuro, presente e passado. Qual seria o mais importante? Eu torço pelo presente. De sua vivência, depende um bom ou mau passado. Portanto, vamos aproveitar este presente, este aqui-e-agora.
O perigo do tempo é que ele passa silencioso e imperceptível. Se ele gritasse, se ele advertisse, se ele chamasse nossa atenção... Se ele dissesse: não durma, não se distraia, não deixe a vida se escoar, inutilmente.
Disse um autor espiritualista que o tempo é como a terra. Se nada plantamos nela, nada colheremos. Tempo vazio implica numa grande responsabilidade. E quando cerrarmos os olhos para a outra vida, a indagação será esta: o que fizeste de tua vida, do teu tempo, e de tua inteligência?