E is aí dois verbos bastante necessários à nossa existência. Tão necessários como o ar que respiramos. Afinal, tanto é bom lembrar, como esq...

Lembrar, esquecer...


Eis aí dois verbos bastante necessários à nossa existência. Tão necessários como o ar que respiramos. Afinal, tanto é bom lembrar, como esquecer. Para muita gente é difícil esquecer. Lembrar é fácil.
É bom lembrar os aniversários. É agradável para muita gente, sobretudo as crianças e jovens, ouvir aquela modinha de parabéns para você com a conclusão: “e muitos anos de vida”... E eu fico pensando, como as pessoas parecem gostar da chamada velhice. Ninguém diz: “muitos anos de vida, até os cinquenta”...
E essa é mais uma das grandes incoerências humanas: desejam muitos anos ao aniversariante mas ninguém quer saber da velhice, embora eu ache que acumular anos é acumular experiências, e acumular experiências é somar sabedoria. E não há riqueza maior na vida do que a sabedoria. Tenho, às vezes, uma certa pena das crianças e jovens, que estão começando a vida agora. Deus me livre de retroagir até eles...
Lembrar, esquecer... Tanta coisa positiva para a gente lembrar, recordar, em nossa vida! E, ao mesmo tempo quanta coisa para a gente esquecer. Esquecer é uma boa terapia. Por exemplo, esquecer as coisas negativas de nossa vida. Esquecer mágoas, ressentimentos...
Nada sabemos sobre o nosso futuro. Eis aí uma incógnita necessária à nossa existência. Já pensou se a gente, ao nascer, já soubesse de tudo que iria acontecer conosco? Muitos, talvez, se suicidassem antes dos fatos. Daí a sabedoria divina: a gente nasce sem saber de nada que nos vai acontecer.
Repetimos: esqueçamos as coisas negativas e lembremos das coisas positivas. Não esquecer, por exemplo, um benefício recebido, ajuda-nos a ser sempre gratos.
Já esquecer ofensas, ingratidões, indiferenças, esquecer os males que nos foram feitos, é uma grande vantagem. O não esquecimento das coisas negativas pode se tornar uma tortura.
Rememorar, recordar... que estes verbos sejam aplicados às coisas boas e positivas da vida. Aquele que não consegue esquece as coisas ruins da vida é um doente, merecedor de compaixão e remédio. Está muito longe de aprender o que Jesus ensinou ao dizer: “perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores”...

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