Sim, caí das nuvens quando aquele culto professor de geografia, grande globe-trotter, que anda pelo mundo estudando os costumes de outros...

Caí das nuvens

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Sim, caí das nuvens quando aquele culto professor de geografia, grande globe-trotter, que anda pelo mundo estudando os costumes de outros países e fazendo amigos, com o seu sorriso, sua postura elegante, sua fina educação e, sobretudo, com a sua bondade, disse algo que me surpreendeu.

Difícil, ou melhor, impossível vê-lo de semblante fechado. Um alemão sem aquela dureza da raça. Um homem pronto para um abraço fraterno. Não só ilumina como se ilumina.

Ele é professor de geografia, na cidade de Mainz, pertinho de Frankfurt, sua terra natal, onde também ensina Inglês e espanhol. Aliás, foi em Mainz que nasceu o célebre inventor da imprensa, Johannes Gutemberg, cuja casa onde nasceu, hoje um museu, estive visitando E desde já fico imaginando como deve ser gratificante ter o nosso amigo alemão como mestre.

Este nosso estimado amigo, o professor Wolfigang Heuser, que viemos a conhecer, numa das nossas primeiras viagens internacionais, terminou vindo novamente à nossa capital para repousar um pouco de suas canseiras turísticas e tomar banho de mar, e contemplar a paisagem verde do Cabo Branco e das praias do litoral sul, que adora.

Viajadíssimo, conhecendo o mundo na palma da mão, esse alemão com cara de francês, tem sido para nós um extraordinário informante. Quando ele diz que certo país ou cidade devem ser visitados, podemos ir lá na certa.

Mas uma coisa que nos intrigou um pouco, é que esse lúcido mestre, raramente, deixa de pousar em nossa modesta capital. Não gosta de Recife, a bela Veneza Americana. Não o atrai o tão badalado Rio de Janeiro, com o seu Pão de Açúcar, a estátua do Cristo Redentor e Copacabana. São Paulo, a Sampa de Caetano Veloso, nem falar. O que o alemão gosta mesmo é desta nossa cidade que nasceu à beira de um rio e foi tomar banho em Tambaú.

Nesta recente visita sua à nossa cidade, eu lhe fiz a seguinte pergunta: cite duas capitais que mais o encantaram em todas essas suas andanças internacionais? A resposta veio rápida, em cima da bucha, como se já esperasse a pergunta: “Londres e João Pessoa. Se eu viesse a morar no Brasil, escolheria a capital paraibana sem sombra de dúvida. Daí ele passou a enfatizar nossos recantos paisagísticos, sua ecologia, suas praias.

Londres e João Pessoa... Por que não citou Paris, minha cidade predileta, e tantas outras? A verdade, leitor, é que, com essa eu caí das nuvens!

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