Se me perguntassem qual a imagem viva da vida, eu diria sem titubear: uma Orquestra Sinfônica. E por que uma sinfônica? Ora, ora, pela lição...

Harmonias da vida

Se me perguntassem qual a imagem viva da vida, eu diria sem titubear: uma Orquestra Sinfônica. E por que uma sinfônica? Ora, ora, pela lição que dá no que tange aos contrastes. Afinal, nossa existência se caracteriza pela diversidade. Nada nela é uniforme. Só uma coisa é uniforme, é a mesma coisa em toda parte: o número. Seja em inglês, russo, chinês, japonês, seja em português, o número não muda. Ergamos, aqui, um brinde à Aritmética. E, aqui, para nós, a beleza da vida está nessa dança dos contrastes.


E vejamos as diferenças, os contrastes, as diversidades. Começamos pelo sinal digital, que tanto nos singulariza. E que dizer do idioma? Mas, como em toda regra há uma exceção, vejamos os japoneses e chineses como são parecidos! Não sei como eles não se confundem. Será que se identificam pelo cheiro?


Idiomas, costumes, climas, raças, tudo isso vem confirmar o que estamos dizendo. Mas não precisa ir longe nas nossas pesquisas. Está aí uma orquestra sinfônica, que caracteriza muito bem a vida. Estão aí o violino, o violoncelo, a viola, o oboé, a trompa, a flauta, o contrabaixo, o tímpano, o fagote, a tuba, o trombone, o piano, o clarinete, a harpa, o triângulo. E como é que essa diversidade consegue harmonizar-se? Tudo uma questão de harmonia. Todos os instrumentos, obedecendo às partituras, que são espécies de leis, conseguem nos dar a música que foi composta pelo compositor. Não esquecer o maestro que é como um deus regendo os contrastes.


E que seria da orquestra se cada instrumento quisesse imitar o outro? Aqui vai este aviso: seja você mesmo, mas não deixe de se harmonizar com o todo. E viva a harmonização dos contrastes.


Cada um mantendo sua singularidade. Viola é viola, violino é violino, contrabaixo é contrabaixo e pronto. É verdade que , quanto às fisionomias, há muitas semelhanças. E estão aí os gêmeos, anões, japoneses e chineses. Mas a regra geral é a da singularidade, dos contrastes, das diferenças.


A paz, a felicidade, não devem ser egoístas. O egoísmo é a maior causa das desafinações existenciais. É um câncer comendo as células, destruindo a vida.


Viva a compreensão, o amor, a compaixão. Cada um atento à partitura e ao maestro, este o deus daquele universo sonoro a que aludimos acima.


Podemos terminar a crônica citando como exemplo de harmonia dos contrastes, a família, que é uma verdadeira orquestra humana e cujos maestros são os pais. Mas, há tantas famílias desafinadas, desajustadas, comprometendo a felicidade, a compreensão, o bom entendimento. E me esqueci de outras harmonias da vida, além da orquestra e da família: o nosso corpo, com seus vários órgãos, cada um com sua missão, mas todos interagindo para nos dar saúde, que surge quando o corpo está em paz.


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