Gostei de ver a iluminação natalina da nossa Lagoa, outrora tão esquecida. A nossa capital nasceu à beira de um rio, o Sanhauá, afluente do ...

A Lagoa Iluminada

Gostei de ver a iluminação natalina da nossa Lagoa, outrora tão esquecida. A nossa capital nasceu à beira de um rio, o Sanhauá, afluente do Paraíba. Foi ali que houve o acordo entre os nossos descobridores e os índios. A cidade, portanto, floresceu sob o signo da paz, fruto de um aperto de mão amigável.


Depois, a zona urbana foi subindo, subindo, até a chegar ao centro, onde havia o pequeno lago. A marcha do progresso, porém, não ficou ai. As habitações foram avançando e tiveram que destruir a imensa floresta, onde hoje é a movimentada Avenida Epitácio Pessoa. E era esta floresta que nos separava do mar, das praias de Tambaú e Cabo Branco, onde se encontra uma das paisagens mais bonitas do mundo, com a sua extremidade lembrando um navio encalhado.


A mata foi destruída a golpes de machado, com a força de presidiários e sob a vigilância compreensiva do presidente João Pessoa. Ao que se soube, a primeira coisa que o governante fazia, toda vez que visitava a penitenciária, era ir à cozinha para constatar se a comida que estavam dando aos presos era sadia.


A verdade é que, com a devastação da mata, a bela enseada foi descoberta. O mar tornou-se a grande atração. A Lagoa esvaziou-se, não de água, mas de gente. Sua atração ficou sendo a floração de seus flamboyants. Tudo agora, em termos turísticos, passou a se concentrar em Tambaú.


Daí a minha surpresa e alegria quando o atual edil resolveu cuidar daquele espaço central da Capital, tornando-o aprazível, inclusive com o som da música clássica. Famílias, com suas crianças, voltaram a passear na calçada da Lagoa.


Mas o que me motivou a escrever esta crônica foi ter ficado de queixo caído, ao constatar, uma noite dessas, que o lugar voltou a ser atração, principalmente nessa época de fim de ano. A iluminação ali colocada é negócio de primeiro mundo.


E o curioso é que o trânsito de carros estava intenso. Ninguém queria deixar de contemplar a iluminação refletida na água. Meus parabéns ao prefeito Luciano, que poderíamos até alterar o nome para Luzciano.


Haverá algo mais alegre do que a luz? Luz não é apenas a alegria de uma cidade, mas da própria vida. O grande Goethe, já moribundo, implorava: “Luz! Luz! Luz!”


E fica aqui a dica ao leitor: vá ver a Lagoa natalina, a Lagoa iluminada, a Lagoa fazendo inveja a Tambaú. Vá constatar o centro da Capital voltando a ser o centro de nossas atenções.


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