Garçom mal humorado nunca vi. O bom humor é o melhor dos temperos para que haja uma boa refeição. E quando a gente viaja por este mundo afora, o garçom é tão necessário como o taxista, o recepcionista do hotel, a camareira, esta muito pouco valorizada pelos hóspedes, que, às vezes, nem sequer as cumprimentam.
Mas o personagem mais importante nas viagens que empreendemos, é sua excelência o garçom Não esquecer, por outro lado, a garçonete. Lembro-me de umas jovens, num restaurante da cidade de Sidney, na Austrália, que nos acolheram com muita amabilidade, sobretudo, quando souberam que éramos brasileiros. Elas eram gaúchas, estudavam na universidade australiana, no curso de hotelaria, e nas horas vagas se dedicavam ao serviço de garçonete naquele restaurante.
Em Londres, na recente viagem que fizemos, muito me impressionou, no hotel Sofitel St. James, onde nos hospedamos, o garçom-chefe, chamado "maitre", tinha toda a pinta de um diplomata. Elegantíssimo, bem humorado, sabia até português. E no amplo salão do restaurante, onde ele se movimentava com o seu sorriso e sua maestria, muito nos impressionou. O homem era de uma mobilidade admirável. Não parecia que tinha apenas dois olhos. Estava atento a tudo. Um verdadeiro maestro regendo uma orquestra.
Eu admiro muito aquilo que não sei, ou não posso fazer. A profissão do garçom é um exemplo. Jamais eu daria para aquela profissão, assim como nunca tive jeito para advocacia e muito menos para dentista.
Há garçons admiráveis pela postura, pela maneira como se afeiçoam com as pessoas. E quando sabem que somos brasileiros, aí vêm logo citando Ronaldinho. Ah, como gostaria que eles mencionassem Villa Lobos, a presidenta Dilma ou mesmo o Lula. Até quando o nosso país será apenas conhecido pelas chuteiras ou carnaval?
E os garçons são equilibristas admiráveis, carregando os pratos cheios de comida, numa desenvoltura que faz gosto. Aqui para nós, não vejo profissão mais difícil do que a de garçom. Palmas para eles!