colaboração: Germano RomeroFim do mundo, origem do universo, vida em outros planetas, morte das estrelas, são assuntos que sempre atraem grande parte da humanidade. Quiçá por isso, sejam tantos os best-sellers literários e campeões de cinema que abordam a ficção científica, ricamente ilustrados.
Após atravessar milênios no topo da observação científica, desde a época em que desenhos rupestres tentavam refletir o céu, aos antigos egípcios, Pitágoras, Eratóstenes, Ptolomeu, Copérnico, Galileu, Kepler, Newton, Einstein, Friedmann, Hubble, Heisenberg, e outras celebridades da ciência, aprimora-se progressivamente a moderna especialidade da Física Teórica chamada Cosmologia.
Temos aqui em casa, vez por outra, a privilegiada oportunidade de almoçar com um autêntico cosmólogo e professor (Phd): o caríssimo e único irmão, que por honrosa hereditariedade recebeu o nome do pai, Carlos Romero, cronista deste blog.
Conversa vai, conversa vem, sempre surge a curiosidade para saber das fascinantes novidades do universo cósmico. E para isso, contamos com a atualização de suas pesquisas e trabalhos que estão frequentemente levando-o ao exterior para conferências na Córsega, Austrália, Holanda, França, e em Londres, onde ele residiu enquanto fazia o pós-doutorado.
Mas o que mais nos fascina nas conversas com o físico são a simplicidade e a humildade com que ele trata de coisas tão grandiosas. Faz lembrar até a advertência socrática de que não se sabe é de nada, diante de tamanha vastidão galáctica
E tão pequenos nos sentimos com as revelações acerca da dinâmica do universo, cada vez mais compreendido como um ser inteligente que se expande em infinito movimento de inspiração e expiração, em permanente transformação.
Dentre os temas correlatos, o nascimento e a morte de estrelas e planetas chamam especial atenção. Não somente pela admiração fenomenal, mas pela significação mística e filosófica que tais verdades provocam. Afinal, saber que todas as estrelas, planetas e bilhões de galáxias têm um período limitado de vida, e, assim como nós todos, nascem, crescem e morrem, trata-se de uma verdade que leva à profunda conscientização da pequenez e efemeridade de nossos egos terrenos.
E como são poéticas as mortes das estrelas em meio a pressões e temperaturas de fusão nuclear!... Umas murcham e viram “anãs brancas”, perambulando pelo espaço. Outras se comprimem até explodir em “supernovas”, dando luz a muitas outras. E as que se transformam em “gigantes vermelhas”, ou azuis?...
Mas o almoço acaba, o físico se vai, e eu fico só sabendo que o nosso sol já é um senhor de meia idade...