Ele foi o autor predileto na minha juventude. E tudo começou com o romance “Clarissa”, que tanto mexeu com a minha sensibilidade. Era a h...

As viagens de Érico Veríssimo.

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Ele foi o autor predileto na minha juventude. E tudo começou com o romance “Clarissa”, que tanto mexeu com a minha sensibilidade.

Era a história de uma adolescente deslumbrada com a vida. Um romance cheio de lirismo. Mas depois vieram outros romances: “Olhai os lírios do campo” – talvez o melhor da primeira fase – “Um lugar ao sol”, “Música ao longe”, “O resto é silêncio, “Caminhos Cruzados” e assim por diante. Eu admirava os títulos de seus livros. Depois veio a segunda fase contando a história do Rio Grande do Sul e, por fim, “Incidente em Antares”, um romance que me chocou pelo seu realismo contundente.

Mas Veríssimo também foi um bom escritor de viagens. Seu primeiro livro, neste gênero, “Gato Preto em Campo de Neve”, em que ele narra a primeira visita aos Estados Unidos, é uma beleza pela sua argúcia de viajante. Depois vieram os outros, nesse mesmo gênero, a exemplo de “Israel em abril”, que reencontrei aqui na biblioteca. Doido por árvores, ele suspira:

Alegra-me a idéia de que desde o princípio do Estado de Israel seu governo já fez plantar mais de setenta milhões de árvores no território nacional.

Érico, segundo confessou, tinha um grande medo na vida. O medo de falar em público. Daí este desabafo:

Confesso que não gosto de falar em público. Não sou um homem oral. Meu meio natural de expressão é a escrita. Quando falo, não posso deixar de me “ouvir” e “ver” falar.

Érico achava a sua voz “fosca, freia e fraca”.

Homem de fina ironia, humor delicioso, profunda percepção das coisas, e, sobretudo, humilde. Já maduro nos anos, alguém lhe perguntou por que não se candidatava a uma cadeira da Academia Brasileira de Letras. A resposta foi rápida: “eu já sou uma vaga”.

Sobre viagem, esta é sua recomendação:

Sábio é o turista que viaja com bagagem pequena e alma grande.

Também foi um grande admirador das flores e das mulheres. Achava que não existia, no mundo, mulher mais bonita do que a brasileira... Quando estive, um tempo desses, em Porto Alegre, fiz questão de visitar a antiga Livraria Globo, onde vi o seu retrato sorrindo para mim... A livraria era o seu quartel-general, sua segunda residência.

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  1. EXPEDITO ALMEIDA (RS)14/7/09 07:17

    ELE É SEM DUVIDA O MAIOR ESCRITOR BRASILEIRO DE TODOS OS TEMPOS. PARABENS PELA HOMENAGEM, TCHÊ!

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  2. Maria Olindina19/7/09 22:46

    Olá,
    Que maravilha, o seu Blog sôbre o Érico: Os títulos dos livros, os desabafos(medo de falar em público) a recomendação sôbre as viagens... Foi um mergulho fascinante. ADOREI!
    Até +

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  3. Obrigado Expedido e Olindina pelas palavras gentis.
    Érico é realmente um dos maiores nomes do Brasil.

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