Quando cheguei de viagem recente ao estrangeiro, a primeira coisa que senti foi cócegas nos pés. É que eles estavam me pedindo para camin...

O mar estava com saudade

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Quando cheguei de viagem recente ao estrangeiro, a primeira coisa que senti foi cócegas nos pés. É que eles estavam me pedindo para caminhar, aqui, na calçada da praia do Cabo Branco.

Eu vi nas grandes cidades do chamado primeiro mundo pessoas fazendo cooper, mas... que pena! Elas corriam em pleno trânsito, sem nenhuma segurança. Não caminhavam, apenas corriam. Talvez por causa do frio...

Atendendo aos rogos dos meus pés, parecia que algo estava me chamando para o mar. Será que ele estava com saudade de mim? Decerto. Não tive dúvida. Deixei o calçadão e fui em busca da areia. Uma areia branquinha, boa de se riscar, boa de se deitar, boa para sair correndo nela. Sim, o mar estava com saudade de mim. Juro que estava. Saudade ou ciúme? Talvez as duas coisas.

Afinal – perguntava ele – que tal os mares de além-mar? Fui franco. Desabafei: Não, meu querido, os mares de lá são bonitos de se ver, mas ruins para o banho, para o cooper, suas ondas metem medo e são geladas. E, ao que soube, em muitos deles podem surgir medusas venenosas. Mares violentos, ótimos para surfistas. Mas com muita beleza!

Ah, aquelas praias da Nova Zelândia e da Austrália! Kare Kare, com suas areias escuras, emolduradas de montanhas místicas e misteriosas, cenário idílico do filme O Piano. Bondi Beach, com suas areias branquinhas e águas glaciais. Doze Apóstolos, exibindo uma arquitetura natural, feita de pedras e representando os 12 assessores de Jesus.

A vida é mesmo uma caixa de surpresas! Jamais imaginei pisar naqueles longínquos caminhos, que me deram muito prazer, mas também muitas saudades.

Mas, como disse no começo da crônica, o mar aqui do Nordeste estava com muita saudade deste cronista metido a blogueiro. Tanto é assim que ele caprichou no jogo das ondas e banhou-me os pés de espumas, mal fui chegando. Tive vontade de beijá-lo, agradecido. Os pés, porém, me chamavam para a caminhada, que fiz com um profundo sentimento poético e religioso, vendo a falésia do Cabo Branco, ao longe, parecendo uma nave encalhada no mar...

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