Sempre reluto em trazer para este blog um assunto considerado proibido por muitos. Proibido não por lei, mas pelo costume. Tanto é assim que até o seu nome causa arrepios.
Afinal que assunto é esse? Trata-se de um fato que ocorre a toda hora, mas que ninguém ainda se habituou a ele... Daí o desespero, o descontrole emocional de algumas pessoas diante dessa fatalidade que se chama morte.
O fatal desenlace para muitos é um mistério; para outros um absurdo e para alguns uma benção. Quantos pensam que ninguém deveria morrer... que deveríamos ser eternos na carne, Ora, mas a vida nos dá todos os dias lição de que tudo nasce, tudo cresce, tudo amadurece, tudo envelhece, tudo morre e tudo renasce. Ninguém escapa a essa lei que, por sinal, é muito justa, pois tanto morre o pobre como o rico, o plebeu como o nobre, o erudito como o ignorante, o Ministro do Supremo como o oficial de justiça.
Imagine se ninguém morresse. Como este mundo redondo que é a Terra comportaria tanta gente. É preciso dar lugar aos que vão entrando nela. E me vem agora esta pergunta: você gostaria de não morrer? Todo mundo esticando as canelas e você vivinho da silva. Seus pais, seus irmãos, seus filhos, seus amigos, todos partindo e você ficando... Gostaria? Claro que não.
Acontece que muita gente ainda não se acostumou com esta saída do mundo, sobretudo aqueles que amealharam fortunas, que estão cada vez mais apegados às coisas que terão, um dia, de deixar. Quantos lavram seus testamentos com uma pena danada. Trabalharam tanto e o resultado é deixar tudo para os outros... A morte é dolorosa por causa do apego. Apego aos bens e às pessoas.
Na cultura oriental e milenar a morte é encarada com muita naturalidade. O mesmo não acontece com os ocidentais, que preferem ignorar tal realidade. Faz de conta que ninguém morre, ou melhor, a morte é só para os outros. E esse medo da morte é tão grande que nenhuma universidade, com seus seminários, se ocupa desse macabro tema. Nas escolas primárias a mesma coisa.
A morte está sendo ingenuamente boicotada. E vem a pergunta: será que esse comportamento resolve o problema? Será que tal realidade deve ser ocultada às crianças? E já que nos preparamos para tudo neste mundo, por que esquecer o nosso desfecho final? Lembrar que a conscientização da morte determina nosso comportamento na vida. Um comportamento saudável e sábio.