A TV por Assinatura no Brasil necessita de uma urgente e profunda modificação. Aliás, precisa mesmo é de uma grande faxina.A chamada “TV Paga”, ao lado da internet, é uma das poucas alternativas para aqueles que não conseguem digerir os intragáveis programas da TV Aberta (Generalista, em Portugal). Ocorre que, no Brasil, no lugar de uma programação de ótima qualidade, condizente com o valor alto que pagamos mensalmente, o que vemos na TV por Assinatura é muito lixo... um lixo caro demais para nós, pobres usuários.
Nas primeiras horas da manhã, os canais transmitem, simultaneamente, entediantes programas de televendas, que comercializam de facas e tapetes persas a vacas holandesas e cavalos árabes, passando por panelas de cozinha mirabolantes e por eletrodomésticos capazes de transformar qualquer coisa em suco, até mesmo pedras.
Tudo se complica ainda mais durante os finais de semana, quando os tais programas são esticados até o começo da tarde, causando mais aborrecimentos e torrando a paciência do assinante. Pagamos um preço alto para ter uma programação decente e o que exibem são esses canais ridículos.
Outra coisa incompreensível neste país é o fato de sermos obrigados a assinar um pacote repleto de canais (quase 150), quando, no final das contas, costumamos ver apenas 10 deles, no máximo. A maioria dos canais veicula assuntos que não nos interessam nem um pouquinho, e nós ficamos com a impressão de que estamos jogando dinheiro fora, de que estamos sendo ludibriados.
O ideal seria que pudéssemos escolher especificamente os canais de que gostamos, de modo a dispor de um “pacote personalizado”, com custos menores para os nossos bolsos.
Por exemplo, se todos os membros de uma determinada família de assinantes já estão bastante crescidinhos e bem encaminhados na vida, é muito pequena a probabilidade de que algum deles venha a se interessar por canais infantis, tais como Cartoon, Boomerang, Disney, Ra-tim-bum, Jetix e assemelhados. Para eles, seria bem melhor que fosse possível optar pelo pagamento apenas daquela meia dúzia de canais que realmente assistem no final do dia, após o cansativo dia de trabalho.
Fico imaginando se há alguem neste país que realmente se interessa por um canal exclusivo de jogos de golfe 24 horas por dia, sete dias por semana, e faz questão de tê-lo em seu aparelho de TV!!!
Para alguns grupos de assinantes, as emissoras que transmitem seriados e filmes sanguinolentos são dispensáveis. Mesmo assim, vêem-se eles obrigados a ter esses canais em seu pacote, porque a operadora os impõe de modo incondicional, e nem mesmo disponibiliza algum recurso no controle remoto que permita suprimi-los da grade (caso da Sky). Se não soubermos decorado o número do canal que queremos ver, somos obrigados a percorrer todos aqueles que não nos interessam, pois não existe nenhuma opção para eliminá-los do receptor.
Já está na hora dos órgãos governamentais adotarem alguma medida nessa lógica absurda e incompreensível das operadoras, a fim de que o consumidor pague somente por aquilo que deseja ver em sua tela, dispensando-se as despesas pelos canais que considera inúteis.
Pois é. Parodiando o slogan da operadora que detém o monopólio da TV por Satélite no Brasil: TV é Isso... altos custos e péssimo serviço.