Este é um texto sobre o natal, natal no seu sentido primeiro de nascimento e, sobretudo, de nascimentos, por necessitarmos nascer vária...

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Este é um texto sobre o natal, natal no seu sentido primeiro de nascimento e, sobretudo, de nascimentos, por necessitarmos nascer várias vezes e, várias vezes, refazer a nossa rota.

      DAS ALEGRIAS Não escrevo sobre alegrias, mesmo, dentre elas, a mais pura. Essa, eu deixo para viver, apreciando ca...

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DAS ALEGRIAS
Não escrevo sobre alegrias, mesmo, dentre elas, a mais pura. Essa, eu deixo para viver, apreciando cada sorver de um néctar que pouco dura,

Esta é uma história real, contada pelo antropólogo Michel Alcoforado. Embora tenha o tempero necessário das fofocas da dita alta socie...

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Esta é uma história real, contada pelo antropólogo Michel Alcoforado. Embora tenha o tempero necessário das fofocas da dita alta sociedade (Eike Batista, casamento, traição…), serve maravilhosamente para demonstrar a diferença entre a alta sociedade carioca e as demais.

Hoje, somente hoje, pude refletir sobre o reencontro. Egoísmo meu. Pude sentir o calor em teu abraço e satisfação em nossos apertos de ...

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Hoje, somente hoje, pude refletir sobre o reencontro. Egoísmo meu. Pude sentir o calor em teu abraço e satisfação em nossos apertos de mãos. Ainda que breve, nosso abraço inspirou sinceridade; percebi que tua memória retornou ao passado. Logo notei que os que te acompanhavam fizeram questão de cercar-te. Fiquei incomodado, enciumado e senti raiva.

Fosse um batalhão, eu teria, ali, a patente mais rasa, pois a ordem me veio daqueles comensais quase em uníssono: “Você fez o do Natal ...

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Fosse um batalhão, eu teria, ali, a patente mais rasa, pois a ordem me veio daqueles comensais quase em uníssono: “Você fez o do Natal e vai fazer o bacalhau do Ano Novo”. E pensar que mal havíamos terminado a ceia natalina, na casa do filho mais velho. Sempre assim: cada um levaria à mesa algo previamente combinado a fim de evitar repetições. Os Natais, sem dúvida, exigem a reunião familiar e a participação coletiva nos preparos das carnes, do arroz, da farofa, do salpicão, das saladas e sobremesas, de preferência, com pavês, ou tortas. Isso fortalece a confraternização e,

Jean-Paul Sartre, no livro As Palavras , de teor autobiográfico, recorda que começou sua vida no meio dos livros e esperava terminar s...

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Jean-Paul Sartre, no livro As Palavras, de teor autobiográfico, recorda que começou sua vida no meio dos livros e esperava terminar seus dias da mesma forma. O avô era encadernador, e o menino sentia orgulho de ser neto de um artesão especializado na confecção de “objetos sagrados”. Sim, para Sartre, o livro era um objeto sagrado e exigia muito respeito.

Sobre arte e coletivismo Agrupamentos de artistas têm lugar na História da Arte em seus vários momentos. Porém, desde o início do ...

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Sobre arte e coletivismo

Agrupamentos de artistas têm lugar na História da Arte em seus vários momentos. Porém, desde o início do século XX, essas associações se particularizaram em relação à estrutura dos ateliês, baseados anteriormente no modelo próprio das guildas medievais onde a presença

O verdadeiro espírito natalino vai além das festividades e dos encontros familiares que acontecem apenas uma vez por ano. Ele resid...

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O verdadeiro espírito natalino vai além das festividades e dos encontros familiares que acontecem apenas uma vez por ano.

Ele reside em cada gesto de bondade, em cada ato de compaixão que podemos oferecer ao próximo todos os dias. O Natal, de fato, é uma oportunidade para refletirmos sobre a importância de estarmos atentos ao que nos cerca e àqueles que precisam de nós.

Dona Nalva, minha mãe, precocemente partiu para outras dimensões, mas teve tempo ainda de guiar meus passos e os de outros três bacuris...

Dona Nalva, minha mãe, precocemente partiu para outras dimensões, mas teve tempo ainda de guiar meus passos e os de outros três bacuris até quase ao fim das adolescências (as nossas e não, é claro, a dela). No que me diz respeito, não faltaram os bons conselhos, principalmente aqueles que me alertavam sobre quão importante é selecionarmos, de maneira criteriosa, os amigos; enfim, os camaradas que estarão conosco pelas jornadas da vida.

À medida que nos aproximamos do Natal, um convite silencioso ecoa em nossos corações: como temos acolhido Jesus em nossa vida diária? ...

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À medida que nos aproximamos do Natal, um convite silencioso ecoa em nossos corações: como temos acolhido Jesus em nossa vida diária? A data que celebra o nascimento do Cristo sempre desperta emoções profundas, mas, para além das tradições e dos afetos familiares, ela nos chama a renovar a disposição íntima de seguir seus passos e fazer brilhar, em nossas atitudes, a luz que Ele legou ao mundo.

Carta ao Pai é um dos textos mais íntimos e potentes de Franz Kafka. Escrita em 1919, mas nunca entregue ao destinatário, a carta tran...

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Carta ao Pai é um dos textos mais íntimos e potentes de Franz Kafka. Escrita em 1919, mas nunca entregue ao destinatário, a carta transforma a experiência subjetiva do autor — marcada pelo medo, pela culpa e por um profundo sentimento de inadequação — em um documento literário singular, no qual a fronteira entre autobiografia, confissão e construção estética se dissolve.

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GD'Art
Dirigida ao pai, Hermann Kafka, a carta se estrutura como uma longa tentativa de explicar por que o filho teme o próprio pai. A narrativa é conduzida por uma voz que oscila entre a lucidez analítica e a fragilidade emocional; Kafka disseca, com precisão quase clínica, episódios da infância, gestos cotidianos e dinâmicas familiares que, em sua percepção, moldaram sua personalidade hesitante, culpada e insegura. O pai é descrito como uma figura monumental — física e simbolicamente — cuja autoridade absoluta se impunha por gritos, ironias, ameaças e expectativas inatingíveis. A criança, pequena e sensível, cresce sob a sombra de um poder que a excede, sem nunca conseguir corresponder ao modelo de força e virilidade paternas.

Mas a força do texto não reside apenas nas acusações. Há uma complexidade moral que impede uma leitura simplista. Kafka reconhece a bondade do pai, seu esforço para sustentar a família, sua história de superação, e admite que ambos são produtos de temperamentos incompatíveis. O que se descreve não é uma denúncia, mas um impasse afetivo. Em diversos trechos, o narrador manifesta compaixão por Hermann, reconhecendo seu sofrimento diante de filhos que não correspondem às suas expectativas. A carta revela, assim, a impossibilidade de comunicação entre dois mundos subjetivos que, embora ligados pelo sangue, não encontram uma linguagem comum.

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A sensação de inadequação, a figura de uma autoridade incompreensível, a culpa difusa e onipresente. Não obstante o filho ter “sucumbido” à influência paterna, ele se defende de acusações de ingratidão, alegando que o pai reforçou o que já existia nele, aplicando todo o seu poder. Não se trata de uma acusação, mas de um diagnóstico: “Mas justo como pai você era forte demais para mim”.

Para além do valor biográfico, Carta ao Pai é fundamental para a crítica literária. Kafka revela: “Meus escritos tratavam de você”, expondo ali as queixas que não podia fazer a Hermann. A figura paterna — implacável, arbitrária e inatingível — está diretamente transposta nos personagens autoritários que infernam a vida de Josef K., em O Processo; de K., em O Castelo; e do próprio pai Samsa, em A Metamorfose.

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A figura de Hermann Kafka aparece como um pai real, concreto, mas também como um pai simbólico hipertrofiado. Ele encarna a Lei — severa, contraditória, imprevisível — que estrutura o mundo do narrador. O medo infantil se converte em uma culpa persistente, que não deriva de atos específicos, mas de uma sensação de inadequação ontológica: Kafka sente-se, desde cedo, “menos” do que o pai exige. Essa discrepância entre o Eu frágil e o Ideal imposto pelo Outro é um dos eixos centrais da carta e ecoa conceitos freudianos como o superego punitivo e a formação reativa. O pai exige força, virilidade, decisão; o filho, impossibilitado de identificá-las em si, internaliza esse olhar crítico, transformando-o em autocensura.

Ao mesmo tempo, há uma ambivalência profunda: o pai é também figura de admiração, força, proteção e até de rara ternura. Essa duplicidade — amor e temor — sustenta a estrutura da relação edipiana. O filho deseja o reconhecimento do pai, mas teme sua autoridade; busca aproximação, mas é repelido pelo excesso de poder que percebe nele. O conflito entre desejo de identificação e impossibilidade de alcançá-la gera uma subjetividade marcada pela hesitação, pela insegurança e pelo silêncio.

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A própria escrita da carta pode ser compreendida como um ato terapêutico, tentativa de reinscrever o pai numa ordem discursiva em que o filho possa enfim falar — algo que, na convivência direta, era interditado. Escrever torna-se, assim, o gesto de recuperar a palavra perdida, de criar uma distância segura que permita elaborar o trauma e transformar a dor em forma. A literatura surge como a via possível de subjetivação.

No plano estilístico, destaca-se o rigor argumentativo. Kafka compõe sua carta como se estivesse construindo um caso: enumera episódios, organiza argumentos, analisa sua própria psicologia e a do pai, tenta ser justo, tenta ser racional. Contudo, o texto é atravessado por uma dor que escapa ao controle. A frieza lógica convive com momentos de intensa vulnerabilidade, como quando recorda raros gestos de ternura do pai, os quais, em vez de consolo, aumentavam sua perplexidade e culpa.

Este texto oferece um retrato do abismo intransponível entre dois temperamentos, um choque que forjou a psique e a obra de um dos maiores escritores do século XX. Esse registro epistolar-literário constitui, portanto, uma leitura obrigatória para compreender a raiz das temáticas de alienação, culpa e autoridade que definem o universo kafkiano.

REFERÊNCIAS CARONE, Modesto. A poética do fracasso: Ensaios sobre Kafka. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
FREUD, Sigmund. O ego e o id. In: Obras completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1974.
FREUD, Sigmund. O mal-estar na civilização. In: Obras completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1974.
FREUD, Sigmund. Totem e Tabu. Porto Alegre: L&PM, 2013.
FREUD, Sigmund. Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
KAFKA, Franz. Carta ao Pai. Trad. Modesto Carone. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

“ Descrições Gerais da Capitania da Paraíba ” foi escrito em 1639 pelo governador/capitão-mor holandês Elias Herckmans . É um dos pouco...

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Descrições Gerais da Capitania da Paraíba” foi escrito em 1639 pelo governador/capitão-mor holandês Elias Herckmans. É um dos poucos documentos descritivos sobre a Capitania Real da Paraíba no período do domínio holandês (1634–1654).

Trata da chegada dos holandeses pelo Varadouro, entrando no Rio Paraíba em 22.12.1634. Descreve toda a capital daquela época e os prédios existentes. O autor morava no Convento de São Francisco, onde se instalaram os dirigentes holandeses.

Desde quando participei da Missa do Galo no Mosteiro de São Bento de Olinda, em comemoração ao nascimento de Jesus, os cânticos gregori...

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Desde quando participei da Missa do Galo no Mosteiro de São Bento de Olinda, em comemoração ao nascimento de Jesus, os cânticos gregorianos, o incenso perfumando o ambiente e todo o rito complementar da celebração fizeram com que a liturgia ganhasse sublimidade naquela noite.

Ele tinha um nome tão antigo quanto o próprio Natal: José. José e mais nada. A singeleza desse nome resumia o sentido e ...

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Ele tinha um nome tão antigo quanto o próprio Natal: José. José e mais nada. A singeleza desse nome resumia o sentido e a dimensão da sua própria vida. Uma vida-José. Não era carpinteiro como o seu homônimo bíblico, mas aposentado do serviço público. E tinha, além do mais, a peculiaridade de ser gordo.

Eu evito ruas desertas/ Evito vielas/ Escadarias de bairro/ Mesmo cantos internos de calçada.// Eu evito praias desertas/ Caminhos soli...

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Eu evito ruas desertas/ Evito vielas/ Escadarias de bairro/ Mesmo cantos internos de calçada.// Eu evito praias desertas/ Caminhos solitários na madrugada./ Evito a sombra das árvores/ Eu evito a própria noite/ Que é metade de um dia/ Que é metade da vida./ Mesmo quando acompanhada/ De outra mulher.// Mudo o caminho/ Dou a volta/ Meia volta/ Espero/ Mudo de calçada./Observo. (Veronica Ferriani)

Nasci numa casa feminina. Somos quatro irmãs e uma mãe. Vivemos todos os medos e avisos dessa citação acima. Sabemos bem do que se trata o espiar à nossa volta e fazer as devidas equações de proteção, da mais tenra infância à velhice.

Há mendigos que não estendem a mão nas esquinas, nem carregam embrulhos de roupas sujas. Sua fome não é de pão, mas de palavras; sua se...

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Há mendigos que não estendem a mão nas esquinas, nem carregam embrulhos de roupas sujas. Sua fome não é de pão, mas de palavras; sua sede, de olhares que os reconheçam. São os mendigos emocionais, aqueles que vagueiam pelos corredores das relações com uma tigela invisível, pedindo migalhas de afeto.