Apareço hoje por aqui dando uma passadinha pela sétima arte e já vou pedindo licença aos amigos que a fazem e aos que a analisam, por i...

cinema favorito filmes famosos
Apareço hoje por aqui dando uma passadinha pela sétima arte e já vou pedindo licença aos amigos que a fazem e aos que a analisam, por isso mesmo mais capacitados do que eu. Estou me referindo a gente da cepa de meus camaradas Mirabeau e João Batista.

A paisagem mudou, mas as imagens de seis décadas atrás continuam repercutindo com cenas marcantes, capazes de suscitar novas atitudes ...

ligas camponesas sape paraiba
A paisagem mudou, mas as imagens de seis décadas atrás continuam repercutindo com cenas marcantes, capazes de suscitar novas atitudes em favor do homem que cultiva a terra.

Referem as crônicas que certo dia Alguém se apaixonou por Ninguém. Quando ou como se conheceram, nunca se soube. Mas Alguém comentav...

pintura cubismo conto literatura paraibana chico viana
Referem as crônicas que certo dia Alguém se apaixonou por Ninguém. Quando ou como se conheceram, nunca se soube. Mas Alguém comentava com amigos que Ninguém era muito diferente da Outra. Sim, porque a Outra, com quem tivera uma vaga relação, de Ninguém nem perto chegava. Jamais conhecera um ser tão misterioso, difuso,

  Paz Arma quente Já disse um poeta (Quem Diz guerra?) Se a dor não importa Adorar Deuses é tolice E só restam portas tranc...

antonio aurelio cassiano poesia paraibana
 
Paz Arma quente Já disse um poeta (Quem Diz guerra?) Se a dor não importa Adorar Deuses é tolice E só restam portas trancadas (Sem saídas...) Os projéteis riscam o céu E decerto lindos e coloridos Estrelas cadentes

Já contei uma infinidade de vezes que passei quase todo o mês de maio de 1989 pintando "a Ceia", no Sindicato dos Bancários...

genialidade ceia da vinci
Já contei uma infinidade de vezes que passei quase todo o mês de maio de 1989 pintando "a Ceia", no Sindicato dos Bancários, onde encerrava minha carreira de bancário, depois de muitos anos sem pegar num pincel, movido — naquele momento — pela associação que fizera, lanchando no então restaurante da entidade, olhando a parede vazia que havia à minha frente e "vendo" a imagem de Leonardo pintando sua versão na parede do refeitório dos monges da igreja de Santa Maria delle Grazie, Milão, o que me remeteu à História da Filosofia Ocidental, do Bertrand Russell, que eu estava lendo na época, onde se comparava Marx com Jesus, os grandes líderes marxistas aos discípulos, ideia.

Escrevo em 25 de março de 2025, uma terça-feira, exatamente oitenta anos depois do nascimento de Leila Diniz, a eterna musa naciona...

leila diniz
Escrevo em 25 de março de 2025, uma terça-feira, exatamente oitenta anos depois do nascimento de Leila Diniz, a eterna musa nacional, falecida aos 27 anos, em acidente aéreo em Nova Delhi. Quem diria? Nem sei se consigo imaginar Leila octogenária. O que sei é que ela seria tão sapequinha aos oitenta quanto foi aos vinte. Pois essa era sua natureza, seu temperamento, dos quais não poderia fugir.

Muitos passam a vida inteira ansiando por amor, buscando desesperadamente ser amados, reconhecidos e valorizados; o que é natural e comp...

fazer bem dar receber felcidade
Muitos passam a vida inteira ansiando por amor, buscando desesperadamente ser amados, reconhecidos e valorizados; o que é natural e compreensível, afinal, ser gostado, apreciado, querido e valorizado é a necessidade psicológica básica de todo ser humano. No entanto, há um segredo simples, desconcertante e transformador sobre esse impulso: a verdadeira felicidade não está em ser amado, mas sim em amar.

O tempo tem seus descompassos no calendário da memória. Em 1951, logo que cheguei a João Pessoa, desci a escadaria de A União , onde s...

sape ligas camponesas joao pedro pb
O tempo tem seus descompassos no calendário da memória. Em 1951, logo que cheguei a João Pessoa, desci a escadaria de A União, onde subira levado por uma carta de apresentação, e lá embaixo, ao rés da calçada e dos resultados da carta, dou com os olhos no conjunto monumental erguido ao presidente João Pessoa.

“Saúda, por mim, Abu Bakr, os queridos lugares de Silves e diz-me se deles a saudade é tão grande quanto a minha. Saúda o Palácio das V...

“Saúda, por mim, Abu Bakr, os queridos lugares de Silves e diz-me se deles a saudade é tão grande quanto a minha. Saúda o Palácio das Varandas, da parte de quem nunca o esqueceu, morada de leões e de gazelas salas e sombras onde eu doce refúgio encontrava entre ancas opulentas e tão estreitas cinturas. Moças níveas e morenas atravessavam-me a alma como brancas espadas como lanças escuras.

Quando a gente tem filhos, são tantos desafios a cumprir, desde que o teste dá positivo que um turbilhão de hormônios e mudanças no cor...

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Quando a gente tem filhos, são tantos desafios a cumprir, desde que o teste dá positivo que um turbilhão de hormônios e mudanças no corpo, nos tomam de assaltos e alegrias. E medo. Muito medo do desconhecido. Ou um monte de sentimentos paradoxais de uma vez. Depois, vem o nascimento e mais desafios. Exaustão. Cansaço mental. E solidão. Daí também a presença, por vezes, da depressão pós-parto. Aos poucos e muitos custos, vamos sendo invadidas de um amor in-condicional e experiências, que vão transcendendo todo o resto e vamos mergulhando no aprendizado de criar um filho. A cada dia um muro intransponível. Dores. Aconselhamentos. E mais medo.

  O escritor Manoel Lobato (11.12.1925—25.07.2020) foi meu correspondente por mais de 40 anos. Suas cartas, enviadas mais de duas v...

morte descrenca vazio existencial velhice
 
O escritor Manoel Lobato (11.12.1925—25.07.2020) foi meu correspondente por mais de 40 anos. Suas cartas, enviadas mais de duas vezes por semana, às quais eu respondia religiosamente, eram datilografadas porque nunca se interessou em utilizar um computador que havia ganho (evite-se o arcaísmo "ganhado”) do musicólogo e também escritor Holbein Menezes, morto em fevereiro de 2024, aos 99 anos. Deixava o PC

Chego hoje aos 76 anos de vida. Terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora. Tenho muito mais passado d...

petronio souto jornalismo paraibano
Chego hoje aos 76 anos de vida. Terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora. Tenho muito mais passado do que futuro. Assistindo, em ritmo de bate-estaca, ao desaparecimento dos que tiravam minhas dúvidas, vivo a estranha sensação de que todos os ambientes estão ficando cheios de ninguém... Não há como tapar o Sol com uma peneira: a velhice é um adágio que os tolos querem transformar em rock'n'roll.

O livro O caçador de lagostas (São Paulo: Labrador, 2018; ilustrações de Flávio Tavares), de Sérgio Rolim Mendonça, se parece com o se...

cacador lagosta sergio rolim mendonca
O livro O caçador de lagostas (São Paulo: Labrador, 2018; ilustrações de Flávio Tavares), de Sérgio Rolim Mendonça, se parece com o seu autor. Não é pelo fato de que é uma autobiografia, mas pela escrita em si mesma. Sérgio escreve bem, sua narrativa flui e há um prazer em ler o seu livro. O segredo é que Sérgio consegue reproduzir na escrita o modo como fala – abundante, preciso, minucioso, enfático, sem permitir ao interlocutor a pausa do tédio –, não dispensando o bom humor, como ele demonstra na sua

O meu amigo Stephen Hawking está me dando um nó na cabeça delicioso. Em sua “Breve História do Tempo” ele mistura e soca ...

tempo espaco hawking garcia marquez
O meu amigo Stephen Hawking está me dando um nó na cabeça delicioso. Em sua “Breve História do Tempo” ele mistura e soca na minha mente um bocado de teoria. E tudo isso eu acho é divertido. O danado do britânico físico era mesmo genial. E com ele vou tentando viajar pelas galáxias afora e adentro. Sim, porque a sua escrita remete a um olhar para todos os espaços e tempos, fora e dentro de cada ser.

Repetindo o colega escritor, posso dizer que ultimamente tenho pensado muito na morte; só espero que não seja recíproco. Dito isto, ...

morte alain delon marcello pianco
Repetindo o colega escritor, posso dizer que ultimamente tenho pensado muito na morte; só espero que não seja recíproco. Dito isto, vou primeiro tratar da morte do segundo homem mais bonito do mundo de acordo com Dona Creusa Pires, que foi Alain Delon. O primeiro nem precisa dizer, né?

O sol da manhã se derramou sobre a aldeia no norte da Itália. As casas simples, de pedra e madeira, respiravam quietude. Sophia atrav...

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O sol da manhã se derramou sobre a aldeia no norte da Itália. As casas simples, de pedra e madeira, respiravam quietude. Sophia atravessava a pequena praça com um cesto de remédios e lençóis. Tomás, ao longe, ajudava um vizinho a consertar o telhado. A filha Clara corria entre as oliveiras, leve, livre.