A minha Semana Santa começa sendo vista sob um novo ponto de vista. Na leitura matinal de hoje, n’A União fui surpreendido por dois excel...

A minha Semana Santa começa sendo vista sob um novo ponto de vista. Na leitura matinal de hoje, n’A União fui surpreendido por dois excelentes artigos. O primeiro, de Rui Leitão, versa sobre a volubilidade das multidões. De forma inteligente, ele traça um paralelo com o que aconteceu a Jesus Cristo, há 1989 anos, e o comportamento da humanidade nos dias de hoje.

2017 Vi — em meu computador, pelo skype — o filho Dmitri, 50 anos — dizer, lá de Fortaleza, que fora confirmada a metástase do câncer...

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2017
Vi — em meu computador, pelo skype — o filho Dmitri, 50 anos — dizer, lá de Fortaleza, que fora confirmada a metástase do câncer, agora no fígado. "Tô morto, pai!". E chorou.

— Calma — eu disse, porque teria de dizer alguma coisa. — Nayah é enfermeira, com bons parentes médicos da área, aí na cidade. Isso será contornado!

Sem transição, ele acrescentou que, pior, era passar por aquilo no inferno que era a sua vizinhança — detalhe surpreendente, mas a que me apeguei:

Definitivamente, o tradutor do Google não entende Latim. Falo do aplicativo a que sempre recorro, dado o limite estreito dos meus conhecim...

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Definitivamente, o tradutor do Google não entende Latim. Falo do aplicativo a que sempre recorro, dado o limite estreito dos meus conhecimentos, em busca do significado de expressões em língua estrangeira antiga, ou moderna. É bom evitá-lo. Quem avisa amigo é. “Qui monet amicus est”?

A Semana Santa há de ser sempre tempo de lembrar as lições cristãs mais duras. Justamente as que recusamos praticá-las. Falo daquelas que ...

A Semana Santa há de ser sempre tempo de lembrar as lições cristãs mais duras. Justamente as que recusamos praticá-las. Falo daquelas que Jesus Cristo praticou com altivez e resignação, como sacrificar-se pelos seus semelhantes. Ou expulsar os vendilhões do templo. Ou desafiar alguém a atirar a primeira pedra se não tivesse pecado.

É próprio do homem decretar a morte de tudo e de todos. Foi assim com a pintura, com o livro, com a História e, inclusive, com Deus. Tenh...

É próprio do homem decretar a morte de tudo e de todos. Foi assim com a pintura, com o livro, com a História e, inclusive, com Deus. Tenho para mim que o homem, quando assim se expressa, apenas põe a nu o seu sentimento de finitude diante do que é duradouro e perene. E se esquece de que ‘A vida é breve e a arte é longa’. A poesia é perene, a maioria dos poetas é que passa. Sobretudo os que se deixam subordinar por breviários estéticos ou conteúdos programáticos dessa ou daquela corrente literária.

Alguém me deu um mapa da cidade e eu aceitei. A moça falou que tudo estava fechado, que era melhor eu ir pela sombra. Sombra? Que sombra...

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Alguém me deu um mapa da cidade e eu aceitei. A moça falou que tudo estava fechado, que era melhor eu ir pela sombra. Sombra? Que sombra? A cidade derretia, eu vivi momentos num quadro de Dalí.

Que coisa louca aquele verão. A fome veio junto com o calor infernal. Eu andava cambaleando pelas ruas de pedra, não foi servido nada na viagem e eu não

Segundo me contaram, COR, CORDIS, seria coração em latim. Tanto é assim que palavras como coragem e concordar tem a ver com o coração do s...

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Segundo me contaram, COR, CORDIS, seria coração em latim. Tanto é assim que palavras como coragem e concordar tem a ver com o coração do ser humano. Cordato desembesta pelo mesmo caminho. É que lá nos antigamentes pensava-se que o coração era quem comandava a bagunça humana. Só depois se descobriu o cérebro. Deve ter sido numa cacetada que um neandertal deu na cabeça de um homo sapiens, mas deixa pra lá.

A quanto dista o zelo do cientista do abuso apaixonado do poeta com a palavra? Na véspera do lançamento dos meus livros “Manual para es...

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A quanto dista o zelo do cientista do abuso apaixonado do poeta com a palavra?

Na véspera do lançamento dos meus livros “Manual para estilhaçar vidraças” e “A arte do zero”, um paciente, sabendo do evento, me indagou, assim, de supetão:

— Dr, que tipo de poeta você é?

Para quem leva a sério ou, pelo menos, vê sentido em saber onde pisa, a qualidade de seu chão e do seu povo, suas potencialidades naturais...

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Para quem leva a sério ou, pelo menos, vê sentido em saber onde pisa, a qualidade de seu chão e do seu povo, suas potencialidades naturais e históricas, nada como se deter, uma vez ou outra, nas Notas sobre a Paraíba de Irineu Joffily. Não há melhor companhia, sobretudo para quem não se sente ou nunca se sentiu muito firme e seguro no presente.

Depois da Quaresma, chegamos na semana da maior festa cristã: a Páscoa. Na época de Jesus, a celebração já existia, mas não com o signif...

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Depois da Quaresma, chegamos na semana da maior festa cristã: a Páscoa. Na época de Jesus, a celebração já existia, mas não com o significado que tem hoje. Judeus de todos os lugares visitavam Jerusalém e a cidade ficava muito agitada.

Olho sem olhar o movimento da rua… Digo um verso na minha cabeça,sei que é de Adélia Prado... “a mim que venho vindo desde a infância ...

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Olho sem olhar o movimento da rua… Digo um verso na minha cabeça,sei que é de Adélia Prado...

“a mim que venho vindo desde a infância como se o meu destino fosse o exato destino de uma estrela apelam incríveis coisas..."

No cenário do Brejo de Areia, repleto de serras e verde por todos os lados, um lenitivo para os olhos, José Américo de Almeida se fez ho...

No cenário do Brejo de Areia, repleto de serras e verde por todos os lados, um lenitivo para os olhos, José Américo de Almeida se fez homem escutando as vozes do silêncio, que saíam dos canaviais, dos pés de serra e dos grotões, do som das cachoeiras e do vento a balançando as palmeiras.

A paisagem do Engenho Olho d'Água, onde nasceu e aprendeu a ser silencioso, ouvindo o vento uivando pelos canaviais, nunca abandonaria José Américo. O vento, se esparramando nos telhados das casas de sua pequena cidade, carinhosamente,

A Semana Santa sempre nos lembra de uma crônica de Carlos Romero, chamada “Tirem Jesus da cruz”, em que ele apela à sensibilidade cristã p...

A Semana Santa sempre nos lembra de uma crônica de Carlos Romero, chamada “Tirem Jesus da cruz”, em que ele apela à sensibilidade cristã para que, nesta época, desviem o foco do sofrimento para a alegria. E pergunta: “Se um filho seu tivesse morrido em um violento acidente, você colocaria na parede de casa as imagens do sofrimento deste episódio, ou daria preferência às que exibissem momentos de amor e felicidade em família? Então, por que ficar relembrando a pior parte da vida do Nazareno, cujo final foi tão cruel e injusto?

– Filho, quando você sentir o cheiro do lobo, corra sem olhar para trás. Corra, o mais rápido que puder — disse o rei dos cervos para seu ...

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– Filho, quando você sentir o cheiro do lobo, corra sem olhar para trás. Corra, o mais rápido que puder — disse o rei dos cervos para seu filho.

– Pai, você possui esses enormes e poderosos chifres, é mais veloz e maior que os lobos, por que tem tanto medo deles?

Recentemente alguém me enviou um zap com uma oferta curiosa: vender curtidas nas redes sociais. Por certa quantia ele poderia fazer com qu...

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Recentemente alguém me enviou um zap com uma oferta curiosa: vender curtidas nas redes sociais. Por certa quantia ele poderia fazer com que o meu Instagram, por exemplo, apresentasse um número de seguidores bem maior do que os que tenho.

Como leitor, hoje em dia se um autor quiser me conquistar logo de cara escreva capítulos curtos. E que a edição seja em letras de razoáv...

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Como leitor, hoje em dia se um autor quiser me conquistar logo de cara escreva capítulos curtos. E que a edição seja em letras de razoável tamanho, pois que as miúdas já me desanimam à primeira vista, quando não me afastam logo do livro, para nunca mais. Quanta alegria quando encontro um volume nessas condições e, ainda por cima, o tema me interessa. Coloco imediatamente no carrinho ou na mão e me dirijo ao caixa para pagar.

Paraíba, 10 de abril de 2022

Paraíba, 10 de abril de 2022

▪ contém spoiler Esse livro me pegou. Eu poderia escrever páginas só elogiando a forma que Roth escreve, ou os fantásticos cenários c...

https://www.carlosromero.com.br/2022/04/trovoes-no-guarda-roupa.html
▪ contém spoiler

Esse livro me pegou. Eu poderia escrever páginas só elogiando a forma que Roth escreve, ou os fantásticos cenários contrastantes que ele apresenta em uma escaldante Newark e em uma paradisíaca Pocono, ou até mesmo exaltando a grande construção de personagem que ele traz. No entanto, nada se compara as discussões que Roth traz nesse livro.

I Vai, vai, vai, começar a brincadeira, Tem charanga tocando a noite inteira. Vem, vem, ver o circo de verdade, Tem, tem, tem picadeiro ...

circo desemprego perda familiar rigor
I
Vai, vai, vai, começar a brincadeira, Tem charanga tocando a noite inteira. Vem, vem, ver o circo de verdade, Tem, tem, tem picadeiro e qualidade. (Sidney Miller )

Muito tempo faz que não sei de Nequinho. Nunca uma carta, um telegrama, uma notícia qualquer. Nada. Se eu soubesse alguma coisa do paradeiro dele, uma referência qualquer, iria procurar por ele, arrancar de dentro de mim esse pedido de perdão engasgado por quase trinta anos. Só queria que ele me escutasse, uma chance apenas para que eu pudesse pelo menos tentar explicar aquela decisão que transtornou irrecuperavelmente minha vida.

No final de 1848, irrompia no Recife um levante armado que ficou para a história com o nome de Revolução Praieira, em razão da sede do jor...

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No final de 1848, irrompia no Recife um levante armado que ficou para a história com o nome de Revolução Praieira, em razão da sede do jornal que propagava as ideias dos insurgentes localizar-se na rua da Praia. A rivalidade entre os adeptos dos Partidos Liberal (os praieiros) e Conservador (chamados de guabirus), agremiações que se revezavam no poder nos tempos do Império, teria sido a causa aparente da rebelião, mas, na realidade, o movimento teve motivações mais abrangentes (autonomista, federalista e republicana) que foram abordadas por Amaro Quintas no seu livro “O sentido social da Revolução Praieira”.

Alfredo da Rocha Vianna Filho, nada menos que Pixinguinha. Foi compositor, instrumentista, regente, arranjador e um dos maiores músicos ...

musica brasileira choro carinhoso
Alfredo da Rocha Vianna Filho, nada menos que Pixinguinha. Foi compositor, instrumentista, regente, arranjador e um dos maiores músicos da MPB, segundo inúmeros críticos e historiadores da nossa arte musical brasileira.

Nasceu no bairro da Piedade, zona Norte do Rio de Janeiro, no século XIX.

Os dias amanheciam tristes, naquele tempo, sem que se soubesse exatamente o porquê. A coisa foi acontecendo paulatinamente. Ao fim e ao ca...

conto solidao samambaia
Os dias amanheciam tristes, naquele tempo, sem que se soubesse exatamente o porquê. A coisa foi acontecendo paulatinamente. Ao fim e ao cabo, havia uma espécie de véu, uma trama de cor escura, recobrindo as alegrias, à moda das imagens nas catedrais, envelopadas pelo sentimento quaresmal.

A maior das astúcias do Demo é nos convencer de que ele não existe. Acrescento que a maior das imposturas do Mal é nos persuadir de que es...

serie turquia imperio otomano
A maior das astúcias do Demo é nos convencer de que ele não existe. Acrescento que a maior das imposturas do Mal é nos persuadir de que está agindo para o bem. O Mal não dorme. Não tem glândula pineal. Não precisa de repouso nem de contato com o mundo espiritual. O Mal é absolutamente insone. Argos de cem olhos sempre despertos. O Mal é Hidra. Suas cabeças devem ser cortadas de uma única vez. E cauterizadas pelo fogo purificador. Duas sempre nascerão, se cortarmos uma a uma. O Mal é tentacular. O Mal é ubíquo. Cheio de blandícias, o Mal é sedutor. O Mal é impostor.

      A árvore fantasma Agarrada só aos galhos do que já foi não é nem sombra desfolhou-se, desnudou-se dos frutos perdeu-se das ...

poesia paraibana simbolismo clovis roberto
 
 
 
A árvore fantasma
Agarrada só aos galhos do que já foi não é nem sombra desfolhou-se, desnudou-se dos frutos perdeu-se das folhas, tiraram-lhe a fantasia reduzida a ser espectro, fantasma sem assombro reflexo da morte, que ainda guarda poesia faz pose para uma foto, mas sem sorriso a árvore adoecida, já não adocicada suspensa pelo tronco teimoso sustento do inerte esqueleto pobre planta destituída