RICHARD AVEDON (1923 – 2004) foi um imenso fotógrafo americano. EZRA POUND (1885 – 1972), um grande poeta,... americano ... preso pel...

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RICHARD AVEDON (1923 – 2004) foi um imenso fotógrafo americano.

EZRA POUND (1885 – 1972), um grande poeta,... americano ... preso pelos Aliados, na Segunda Guerra, por pregações radiofônicas, na Itália, em favor do fascismo.

Bom.

Em 75, o colega José Barbosa, da agência centro do Banco do Brasil, João Pessoa – anteriores cinco anos de seminarista em Roma e grande experiência num escritório de arquitetura do Recife - , ofereceu-me (além de grandes papos) o projeto da casa que construí, na época, no bairro dos Estados, e em que moro até hoje.

- Quanto lhe devo, Barbosa?

Eu tinha dezesseis anos de idade, e isso já faz muito tempo, quando me mudei com minha mãe para Brasília. Meu destino era o hospital Sar...

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Eu tinha dezesseis anos de idade, e isso já faz muito tempo, quando me mudei com minha mãe para Brasília. Meu destino era o hospital Sarah Kubitschek, um projeto de reabilitação inovador, dirigido por Dr. Campos da Paz, que tive o privilégio de conhecer.

O Sarah nascera como referência em reabilitação e reunia destacada equipe interprofissional, além de técnicas e equipamentos empregados com grande sucesso na Europa e Estados Unidos.

No caminhar da vida muitas vezes nos encontramos diante da batalha entre o coração e o cérebro. São instantes em que nossas decisões são...

No caminhar da vida muitas vezes nos encontramos diante da batalha entre o coração e o cérebro. São instantes em que nossas decisões são determinadas por quem vai vencer a luta: aceitaremos a orientação guiada pelas emoções ou o aconselhamento manifestado pela razão? Enquanto o cérebro nos diz que poderemos estar vivendo uma ilusão, o coração está gritando que é importante viver uma paixão.

No alto da montanha, uma copa majestosa e alongada, sobressai acima de todo o verde brejeiro, mas as curvas da Serra do Espinho, não propi...

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No alto da montanha, uma copa majestosa e alongada, sobressai acima de todo o verde brejeiro, mas as curvas da Serra do Espinho, não propiciam uma foto que faça jus à sua beleza! Único, exuberante, um tronco ereto serve de suporte, como um cálice, para uma floração branca e breve, que se propaga através de sementes, levadas pelo vento, pássaros e insetos, à uma distância desconhecida.

Fico cada vez mais feliz com a possibilidade de lembrar dos sonhos. Quando acordo, sinto que a espuminha deles já vai se desfazendo, indo ...

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Fico cada vez mais feliz com a possibilidade de lembrar dos sonhos. Quando acordo, sinto que a espuminha deles já vai se desfazendo, indo pro limbo da des-memória. Mas vem cá, digo, e espicho o juízo e pego aqui um objeto, ali um sentido, vou dando nó e pegando o próximo, e dou outro nó. Aí vejo o que prendi e tento achar um fio de narrativa. E quando me dá vontade, caço outras literaturas, Kafka, Kerouac, Borges, Hesse e esse povo todo que foi fazendo diários de sonhos. E os amigos aqui que escrevem, que contam sonhos, também. Inveja boa de quem os lembra. Pedacinhos das mil e uma noites forjadas no travesseiro.
André Ricardo Aguiar

Quando as nuvens choravam diariamente, sua copa era frondosa, brilhava; dançava; cantava com as carícias da brisa e o frescor das gotícula...

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Quando as nuvens choravam diariamente, sua copa era frondosa, brilhava; dançava; cantava com as carícias da brisa e o frescor das gotículas que vinham do alto.

Nos dias como os de hoje, em que o astro rei se faz mais brilhante, exalando todo seu calor, quase insuportável, ela se encontra solitária.

Um lugar de nome Água na Boca Bar e planeta de bar no planeta Minhas Gerais Parte de mim Ficou em Beagá Deixei um scar...

Um lugar de nome Água na Boca Bar e planeta de bar no planeta Minhas Gerais Parte de mim Ficou em Beagá Deixei um scarpin vermelho Em alguma calçada da memória Enquanto a quadrilha de amor Passou por mim Não era um nem outro Eram àqueles que vivi A mística cult do edifício Maleta O mexido da madrugada Embriagada em mitos arcaicos

Sobre o Grupo Sanhauá Se me questionassem a que se propunha o Grupo Sanhauá, eu responderia: apenas sintonizar a produção poética d...

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Sobre o Grupo Sanhauá
Se me questionassem a que se propunha o Grupo Sanhauá, eu responderia: apenas sintonizar a produção poética da província com a do sudeste do país, o que já consistia numa tomada de consciência – expressão tão cara à época – de que a poesia de então, geralmente edulcorada, cheia de efusões sentimentais, deveria ser combatida através de um discurso antirretórico.

No ambiente de uma biblioteca uma figura-chave é a do bibliotecário. Por esta razão, e considerando os objetivos deste trabalho, faz-se mi...

No ambiente de uma biblioteca uma figura-chave é a do bibliotecário. Por esta razão, e considerando os objetivos deste trabalho, faz-se mister apresentar algumas reflexões sobre o papel do biblioterapeuta.

A propósito, vale mencionar a observação de Erica M. Horne (A look at bibliotherapy, 1975), para quem o livro é, ele mesmo, um terapeuta. Os livros podem ser ferramentas valiosas e poderosas para a comunicação quando prescritos cuidadosamente para indivíduos que estão perturbados.

Melancolia e ironia têm em comum a percepção do contraste entre a pequenez do homem e o seu desejo de transcender a si mesmo rumo a uma ...

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Melancolia e ironia têm em comum a percepção do contraste entre a pequenez do homem e o seu desejo de transcender a si mesmo rumo a uma experiência do Infinito. Tanto o melancólico quanto o ironista manifestam a consciência do impasse entre a relatividade do indivíduo e o Absoluto a que ele aspira.

Outra característica comum às duas é o combate entre ideia e forma, sentimento e expressão. É através da Forma que o melancólico procura compensar o sentimento de vazio, o vácuo narcísico que lhe compromete a referência autoidentitária. A arte é um sucedâneo do Objeto Perdido, o que dá à criação artística um estatuto de essencialidade e transcendência.

Os dez últimos anos de vida de Belchior, o genial cantor e compositor cearense que tanto impactou a música popular brasileira, foram e co...

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Os dez últimos anos de vida de Belchior, o genial cantor e compositor cearense que tanto impactou a música popular brasileira, foram e continuam sendo um mistério, mesmo com todas as informações colhidas até hoje pelos que se dispuseram a desvendar o enigma. Um livro recentemente publicado, de título Viver é melhor que sonhar – os últimos caminhos de Belchior, de autoria dos jornalistas Chris Fuscaldo e Marcelo Bortoloti (Sonora Editora, 2021), ajuda muito na compreensão dessa década obscura (2007-2017), mas ainda assim resta muita coisa não esclarecida,

A peça de Sófocles, 'Édipo Rei', mostra o herói homônimo, cujo destino foi matar o pai e dormir com a mãe, pelo menos, essa é a ...

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A peça de Sófocles, 'Édipo Rei', mostra o herói homônimo, cujo destino foi matar o pai e dormir com a mãe, pelo menos, essa é a história conhecida, inclusive pelo senso comum. Partindo, no entanto, para uma leitura analítica da tragédia, vamos nos deparar com uma complexidade digna do enigma da Esfinge, monstro cuja morte conferiu a Édipo o lugar de tirano, no sentido grego do termo, em Tebas, ao se casar com Jocasta, rainha e viúva do antigo rei, Laio.

O caminhão com a leva de homens, acomodados como podem sobre a carga de postes, dobra a esquina com estardalhaço e sobe, num ronco só, a p...

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O caminhão com a leva de homens, acomodados como podem sobre a carga de postes, dobra a esquina com estardalhaço e sobe, num ronco só, a pequena ladeira na entrada da cidade. Estanca, assim que atinge a parte plana da rua principal, e dele já vai saltando, na iminência do aguaceiro, uma algazarra de capas impermeáveis, amarelas, umas, outras pretas, em busca por qualquer coisa que lhes sirva de abrigo, mas ainda a tempo de ver, à curta distância, a instantânea trilha de fogo seco que lembrou a diáspora luminosa de semáforos na chuva – numa tarde já quase apagada por estranha e precoce escuridão.

Diante do caixa, olhando a capa da edição crítica de A paixão segundo G. H ., que a mão acariciava, enquanto o coração se afogava no tempo...

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Diante do caixa, olhando a capa da edição crítica de A paixão segundo G. H., que a mão acariciava, enquanto o coração se afogava no tempo esvaído, as lágrimas começam a descer devagar, mas continuamente. A moça do caixa pergunta-lhe: ​

– Senhor: o que se passa? O senhor está bem?

Enquanto a pergunta o fazia regressar ao instante da experiência daquele momento, sem saber por que, lembrou-se de “Casa tomada.”

Sento, ajusto o corpo, explico como será o corte, o estilo, o formato. A cadeira é reclinável; confortável. É só fazer as orientações bás...

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Sento, ajusto o corpo, explico como será o corte, o estilo, o formato. A cadeira é reclinável; confortável. É só fazer as orientações básicas, fechar os olhos, relaxar e deixar o profissional das tesouras e outros instrumentos agir. Quero aproveitar o silêncio do salão, interrompido por uma leve música que toca baixinha, saída de uma caixinha estrategicamente instalada em algum esconderijo no ambiente. O estilo, algo tipo de blues/jazz/reggae. Tudo praticamente perfeito.

O barbeiro mal inicia sua missão e eu, paralelamente, quase começo uma soneca. E parto, momentaneamente, para outras paragens, outros tempos, outros corpos. Mas, o silêncio é interrompido. Existem clientes e... certos tipos de clientes.

Uma amiga que não posso dizer da minha mesma idade para não ofendê-la pergunta por que não reedito o meu primeiro livro. Acha que ainda ...

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Uma amiga que não posso dizer da minha mesma idade para não ofendê-la pergunta por que não reedito o meu primeiro livro. Acha que ainda existe algum interesse, mesmo de antiquário, por uma coletânea de 1978.

Boa parte das ‘Notas do meu lugar’ foi escrita para o consumo do dia presente. O dia do jornal.

A magia do silêncio muita gente já esqueceu. Nem se lembra quanta coisa ele tem a nos dizer. Certa vez, andava eu pelas tril...

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A magia do silêncio muita gente já esqueceu. Nem se lembra quanta coisa ele tem a nos dizer. Certa vez, andava eu pelas trilhas da falésia, rodeado de beleza e um verdume encantador. Ao passar num arvoredo, meu amigo acenou pra que eu ali voltasse. Sem saber o que seria, fui lá perto indagar. Ao que ele respondeu: “Ouça só essa magia. Que beleza de silêncio”. É claro que escutei muito mais do que ouvi.

O céu era uma vasta abstração sobre Copenhague, na tarde em que o desfile fúnebre saiu de Christiansborg - o concretíssimo castelo que, n...

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O céu era uma vasta abstração sobre Copenhague, na tarde em que o desfile fúnebre saiu de Christiansborg - o concretíssimo castelo que, naquela época, era a residência real - o som do tambor angustiado e fundo seguindo o carro em que arcanjos tocavam clarins mudos em torno do enorme esquife. Emocionaram-me o cavalo trotando sem cavaleiro, vindo atrás, a rainha velada, o Príncipe no magnífico luto. Depois do cortejo de nobres, a cavalaria conduzindo centenas de estandartes com todos os esmaltes e insígnias da heráldica danesa. E lá íamos nós, os seres humanos, abatidos, mais uma vez livrar-nos dos despojos (com o processo de decomposição iniciado) de um dos nossos.

Um prédio histórico, no Centro de João Pessoa, a Capital paraibana, remete o visitante a um dos episódios mais tocantes de toda a longa hi...

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Um prédio histórico, no Centro de João Pessoa, a Capital paraibana, remete o visitante a um dos episódios mais tocantes de toda a longa história da cidade.

Inaugurado em 30 de março de 1919, com o paraibano Epitácio Pessoa no comando do País, o prédio foi feito para abrigar a Escola Normal então reclamada por mães e pais desejosos da graduação das filhas no curso que a estas garantiria o emprego de professoras tão logo concluído.

Matando o tempo, dou andamento a esta série, cujo primeiro item foi o comentário do livro “Paulo Francis – Diário da Corte”. Agora é a ...

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Matando o tempo, dou andamento a esta série, cujo primeiro item foi o comentário do livro “Paulo Francis – Diário da Corte”.

Agora é a vez do romance “O DIA DOS CACHORROS”, do escritor paraibano e amigo Aldo Lopes.

A moça que recebe a visita de um anjo truculento e malamanhado, chamado Xandão, e é acometida de uma gravidez imaginária; o homem que vendia caro as partes do seu corpo, pois era detentor natural — dom divino — de preciosos ossos de marfim;

Bom dia a todos que participam desta solenidade, cujo objetivo é dar início às celebrações dos 80 anos de fundação da Academia Paraibana d...

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Bom dia a todos que participam desta solenidade, cujo objetivo é dar início às celebrações dos 80 anos de fundação da Academia Paraibana de Letras. Sonho de intelectuais visionários que, através dos tempos, se concretizou na sólida Instituição de Utilidade Pública, reconhecida pela sua positiva e valiosa interferência, na cena cultural da Paraíba.

Para comemorar seus 80 anos, completados no dia 14 de setembro, próximo passado, a APL recebe da Fundação Joaquin Nabuco, destacada instituição cultural nordestina e brasileira, o apoio que siginifica, sobretudo,

Era bem cedo e eu já estava ali agarrado com o folclore do Câmara Cascudo, apreciando cada página, quando lembrei que não tinha lido o jor...

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Era bem cedo e eu já estava ali agarrado com o folclore do Câmara Cascudo, apreciando cada página, quando lembrei que não tinha lido o jornal de ontem. Não por qualquer lapso, mas uma série de obrigações me impediu o habitué. Não me fiz de rogado e fui salvar o periódico da asfixia de um saco translúcido fechado por um nó muito bem dado.

Em um copo longo, muita água de coco e um pouquinho de uísque, o que lembra? Para mim tem o sabor das antigas festas de quinze anos, qu...

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Em um copo longo, muita água de coco e um pouquinho de uísque, o que lembra? Para mim tem o sabor das antigas festas de quinze anos, quando nós, meninos enxeridos (13, 14 anos) dávamos os primeiros passos nas festas de João Pessoa. Por falar em festa de aniversário, que tal pastel de carne com açúcar? É ou não é a cara de festa de criança?

Galinha com aquela “graxa” é a cara do almoço de domingo antigamente. Lá em casa, como brigávamos pelo coração da galinha, minha mãe recortava

Em Grande sertão: veredas , Riobaldo, encaminhando a conversa para o fim, diz a seu interlocutor que “a morte de cada um já está em edital...

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Em Grande sertão: veredas, Riobaldo, encaminhando a conversa para o fim, diz a seu interlocutor que “a morte de cada um já está em edital” (22ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019, p. 416), corroborando o que já afirmara anteriormente, “Dia da gente desexistir é um certo decreto” (p. 45), e o que dizem os seus jagunços: