Meu nome é quilométrico. Fiquei tão traumatizado com isso que minhas filhas têm apenas um prenome, um sobrenome ligado ao clã familiar da mãe e um sobrenome ligado ao clã familiar do pai, o que de certa forma arranha o figurino legal. Pras minhas filhas, pensei também numa composição de nomes que desse certo ritmo, sonoridade e uma harmonia tal que viesse a facilitar as coisas pra elas nos ambientes social e profissional. Nome de filho merece muita reflexão, não é? Resultado: todas gostam dos seus nomes completos, pelo menos são curtinhos e sonoros.
Voltando ao meu caso, quando resolvi ser “foca” de jornal, lá pelo final dos anos 60, começo dos anos 70, me deparei com um problema. Achando que meu nome era muito grande, “nome de desembargador”, meu primeiro editor, jornalista experiente, calejado, determinou (ele não sugeriu, determinou!) que eu passasse a assinar meus trabalhos com apenas um prenome e um sobrenome. Assim, me tornei “Petrônio Souto”.
Disse meu chefe: “Seu prenome vai ser só Petrônio e o sobrenome vai ser apenas Souto, em homenagem a seu tio Chico, meu grande amigo”. E assim ficou até hoje - “Petrônio Souto”, o que acabou sendo meu “nome de guerra”, ou “nome social”, como queiram.
Aí veio o indesejável efeito colateral: uso o “Souto” de minha mãe, mas “escondendo” o sobrenome do meu pai, “Batista”.
Mudar essa situação a esta altura da vida...