Sou pedra Afundada Na memória Pedra De funda Perdida Caça Livre Voa E a pedra de Funda Repousa

Mural de amores

poesia paraibana antonio aurelio cassiano
Sou pedra Afundada Na memória Pedra De funda Perdida Caça Livre Voa E a pedra de Funda Repousa Viva o sol da manhã Viva o bem-te-vi Vivo nas flores




Voou a luz Lilás E eu Na ponta do arco-íris Pote de Oxumaré Voou o tempo de ser E fui Por todo esse tempo Asas abertas Pouso no amor Doeu sim Lembrar O que já foi Uma cerveja Lá em Zé Maria E uma multidão de amores O Costa e Silva "Let's go Daniela"! E esse calor Merece uma cerveja Merece uma volta Ao passado Para recolher Tanta história Reluz em mim Mural de amores E a paz de ter sido Ontem Assim é mais fácil Ser hoje Na hora de lembrar E tornar a lembrança Em alegria Uma cerveja sim Porque A morte É certa como eu Como eu!




Esquecer... Como? Ainda está sob a luz O corpo que desejo Ele tenro Doce Convite para a cópula Eu desfigurado Velho Sim, velho sem pudor De ser velho Mas sabendo que sou Ele O corpo jovem Uma miragem e eu que Suspendo a mão e a desço Vertigem em minha alma Me acuda Virgílio: Oh Coridon Ainda que eu não tenha Presentes a te dar Mas Coridon: Delícia do seu dono Coridon escravo Escraviza Virgílio Com sua tez E com a liberdade de dar o seu amor A quem Ele quiser Eu Desfigurado Velho Só dou o meu amor A quem eu quiser Coridon de porcelana Desejo de Virgílio Seu escravo Renegou as cabras E seu precioso leite Coridon Amava a Liberdade Que Virgílio Dono de Coridon Não sabia ter Já sou Virgílio Decomposto E meu Coridon Degenorou-se em álcool E solidão Morreu




Tenho a bula Olho a causa E a prescrição Eu já sei Eu que devo saber Se anuncio ou outro dia Porque só acordo Às 10 da manhã No vitral da noite Armazeno os meus comprimidos São senhas Uma também pra dormir Outra pra não morrer de Infartado Outra para matar A saudade dos meus irmãos que morreram Deixo de lado a ilusão E só sonho com um Céu Que possa arrastar Os meus ferros Tenho muitos Todos à mão e mutilados Frutos das guerras que nunca fui E me impuseram Uma bomba há de cair No acaso dos Deuses ociosos E eles compreenderão Que nós somos eles

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